A pastagem precisa se manter a mais saudável possível para proporcionar ao gado a alimentação, a dose de nutrientes necessárias por dia e também promover a engorda. Existem diversas técnicas para que a pastagem permaneça em estado adequado de forma permanente, a partir da aplicação da manutenção indicada. E uma delas é o pasto sobre pasto. Se você está no momento de reforma ou precisa aumentar seus resultados, essa dica é para você.
O que é pasto sobre pasto?
Ter mais de uma espécie de forrageira em uma mesma área, com a aplicação de diversas práticas de manejo é uma técnica chamada pasto sobre pasto. É basicamente o crescimento de um nova pastagem sob o que já está no solo, mas sem a remoção daquele que já está implementado.
Os objetivos do pasto sobre pasto são: melhor distribuição de forragem e eliminar os chamados vazios, espaços que não tem forrageira, que deixam de ser aproveitados pela ausência de pastagem. Ainda, como há sobreposição de pastagem, a área não fica sem uso, dando continuidade à produção, sem afetar o desempenho.
A Embrapa indica que existem ganhos indiretos ao implementar essa técnica na propriedade. São eles o Ganho médio diário (GMD), ganho por área e unidade animal (UA) em pastagens de inverno e verão na forma de pastagens monoespecíficas. A redução de plantas invasoras, preservação da umidade do solo e maior cobertura são outros benefícios.
No Rio Grande do Sul, o pasto sobre pasto é muito indicado no inverno, quando acontecem os ciclos de forragens hibernais, aquelas que entram em estado de hibernação, ou seja, sem crescimento.
Como saber se é para a minha propriedade?
Cada produção tem suas características próprias, por isso uma orientação técnica é sempre recomendada. Mas se a sua área de pastagem tem muitos espaços sem forrageira, os chamados vazios, pode ser eleito para a técnica.
Na região Sul, as espécies mais utilizadas são Azevém (BRSPonteio), Trevo-branco (BRS URS Entrevero) e Capim-sudão(BRS Estribo). E cada uma delas tem um período mais adequado para implementação. Confira no quadro abaixo, desenvolvido pela Embrapa.
E ao escolher essa técnica, antes de colocá-la em prática, você precisa estudar alguns pontos que são fundamentais para o sucesso:
1) Conhecer o seu solo é fundamental. Você pode saber detalhes, ao realizar uma análise de solo, que indica muitas informações importantes não só para o processo, mas também o sal mineral e proteinado mais indicado para complementar a nutrição dos bovinos no cocho. Confira como fazer: Análise de solo: por que fazer na sua propriedade.
2) Faça um estudo para checar se a espécie de forrageira tem bons resultados ao realizar consórcio com a que você deseja implementar.
3) Esse método não faz milagre sozinho. A manutenção é essencial para o resultado positivo.
Manutenção ao longo do ano
Por mais que sua pastagem tenha boa quantidade, a manutenção ao longo do ano é necessária. Muitos problemas que prejudicam o desempenho dos bovinos são evitados com simples ações. A mais básica e simples é a limpeza que reduz o foco de parasitas, ervas daninhas e plantas invasoras.
A aplicação de adubo e calagem, sempre que necessário, não deve ser ignorada.
Entenda como fazer:
- Como aumentar a produção de pasto?;
- O que fazer para ter pasto na seca;
- Pasto rapado: é possível recuperar?
Referências:
Pasto sobre pasto: estratégias de manejo para uso de mesclas forrageiras de inverno e verão visando melhor distribuição de forragem. Embrapa.
Foto da capa: @aloofotos