O pasto secou, a chuva vai demorar para cair e seu gado está perdendo peso. Com boi magro, você não terá condições de negociar a venda e ter a margem de lucro esperada até mesmo para cobrir as despesas de produção. Esse cenário é a realidade de muitos produtores de todas as regiões do país durante a seca. Manter a engorda do boi no cocho entre maio e outubro exige uma série de esforços que a Boi Saúde te indica nas próximas linhas!
Como criar boi no cocho?
O boi é criado no cocho em diversos formatos. Mesmo que o produtor seja adepto do sistema a pasto, o cocho tem papel importante no oferecimento do sal e demais suplementos. E na seca, serve como base da alimentação com ração, silagem e também nutrição.
No confinamento, o cocho é o principal aliado da engorda. Todo o peso é 100% baseado no que é oferecido ali. No semiconfinamento, durante a seca, também entra como fonte de alimentação e ganho de peso.
O que oferecer no cocho para deixar o boi gordo na seca?
Já que não tem pasto, o foco será o cocho, concorda? Porém, o que inserir como fonte de alimento? Não basta abastecê-lo com qualquer coisa apenas para manter o gado sem fome. Quem tem criação de gado, trabalha com metas progressivas de engorda e ao chegar no fim da seca, precisa ter arrobas suficientes para que a negociação com o frigorífico seja lucrativa.
Quanto maior a antecipação, mais preparada a propriedade estará. Muitos produtores começam a produzir a alimentação que irá servir na seca, ainda durante as águas. Nós te indicamos que você faça o mesmo.
Caso tenha um espaço para estoque de sacas, essa atitude vai trazer muita facilidade no seu dia a dia. A preparação pode ir desde ração até o sal proteinado que você mesmo tem condições de produzir na sua propriedade.
Veja o que oferecer durante a seca para que o boi no cocho ganhe peso:
Ração
Começando pelo mais comum, quando você pensa em ração para gado, o que vem na sua mente? Algumas propriedades consideram ração diversas misturas, algumas que até levam restos de alimentos não consumidos pelos humanos, sem nenhuma estratégia. Em casos extremos, em que o gado realmente não tem o que comer, é até válido, porém, o retorno expressivo em forma de arrobas não virá.
Então, qual a melhor ração para boi no cocho durante a seca? Aquela que irá repor o que o gado não encontra na pastagem, irá alimentá-lo a ponto de não comer lixo e que trará o peso de acordo com a fase de cada bovino.
A ração é apenas um ponto em toda a estrutura alimentar e nutricional da seca. Se a propriedade estiver passando por aperto financeiro, existem opções com ingredientes com preços mais acessíveis, como o arroz.
Suplemento para engordar boi no cocho
Se você pensou que a ração sozinha faz todo o trabalho de engorda boi no cocho na seca, sentimos te dizer está enganado. A ração é sim fundamental para manter o gado alimentado e ganhar peso. Mas o que dá aquela força extra e evita que o gado perca peso na falta de pasto são os suplementos.
O sal branco, muito utilizado na pecuária, tem sua importância, entretanto, não é o ideal. Caso você já o ofereça na propriedade, sugerimos uma troca dele pelo sal proteinado. Esse sim potencializa o ganho de peso, fornecendo doses de proteínas que não estão disponíveis no ambiente, além de outros micro e macroelementos que equilibram o funcionamento do organismo dos bovinos. Inclusive, evitando doenças, desde as menos agressivas até as mais graves.
Outro suplemento indicado pela Embrapa para uso na seca é a ureia. Por ser fonte de nitrogênio, a ureia atua diretamente nas bactérias que digerem o capim oferecido por meio da silagem e sintetiza as proteínas para potencializar a nutrição do boi.
A nossa orientação aqui é seguir o uso com cuidado para evitar a intoxicação do gado, muito comum quando a ureia é molhada, formando o sopão no cocho. Por outro lado, a solução para esse problema já existe e chama-se Total Ureia Premium. Mesmo consumida molhada, não causa problemas na saúde do gado e também dispensa a adaptação necessária nas primeiras semanas de uso.
Silagem
A fermentação é o astro desse tipo de alimentação. As bactérias de cada ingrediente atuam para conservar os elementos nutricionais, a partir do modo de preparo. Dependendo da matéria prima, é possível armazenar as sacas por meses, o que garante vantagens ao produtor. Apenas tenha cuidado no armazenamento para evitar mofo e contaminação por roedores.
A fonte da silagem varia de acordo com o preço e disponibilidade na região. Muitas dessas fontes, você tem condições de cultivar na propriedade, como a cana, por exemplo, ou mesmo o próprio pasto.
Os tipos de silagem mais comuns são:
- milho;
- sorgo;
- forragem;
- cana.
Grãos
Milho, sorgo e a soja estão no ranking de grãos mais utilizados na alimentação do gado. Fornecem boa quantidade de energia e são muito utilizados no confinamento e no cocho durante a seca para animais criados a pasto nas águas.
Acima de tudo, ao oferecer grãos, fique atento ao excesso. Equilibrar alimentos concentrados com volumosos reduz as chances de desenvolvimento de doenças que levam o animal a óbito, como a acidose e o timpanismo.
Mas se você quer potencializar a engorda com uma dieta de grãos, precisa proteger o organismo do gado para evitar ao máximo que esses problemas de saúde aconteçam. E por incrível que pareça, é direto no cocho que você faz a prevenção. Já ouviu falar da virginiamicina? Esse aditivo é um dos segredos dos pecuaristas que mais lucram no Brasil.
A virginiamicina atua muito além de prevenir a acidose e o timpanismo. Ela faz com que o organismo do gado absorva todos os nutrientes consumidos na ração, sal, silagem, pasto e qualquer outra forma de alimentação consumida. Como resultado, o boi engorda, não desenvolve doenças graves que demandam tratamento e custos veterinários e ainda tem um rendimento de carcaça acima da média.
Se você pretende ter gado pronto para negociação na entressafra, passe a incluir a virginiamicina no seu plano nutricional não apenas na seca, mas durante o ano todo.
Quer melhorar seus resultados? Continue a leitura:
Referência
Qual a função da ureia na alimentação do gado e como ela age em seu metabolismo. Perguntas frequentes. Embrapa, 10/09/2012.