Pasto verde, abundante e muito nutritivo é o sonho de qualquer produtor rural. Pelos desafios que enfrentamos no dia a dia, nem sempre essa imagem é a realidade da nossa propriedade. Mas a preservação de uma boa pastagem para o gado está entre as nossas obrigações como pecuaristas. Isso porque o pasto é a principal fonte de alimento do rebanho, evitando a perda de peso e, como consequência, provocando o ganho de arrobas. Entre as técnicas para manter uma pastagem saudável, temos o pastejo alternado e o rotacionado. Se você está em dúvida sobre qual dessas duas opções é a melhor, confira o material que produzimos sobre o tema!
O que é pastejo alternado?
Pastejo alternado é quando o produtor utiliza apenas uma parte do pasto para pastejo, deixando uma outra em descanso para recuperação. A diferença com o pastejo rotacionado é que nessa técnica, a área é dividida em mais piquetes, utilizando apenas uma para pastagem, enquanto as outras descansam.
Resumindo, o pastejo alternado tem apenas duas áreas, uma em uso, enquanto outra descansa e o rotacionado consiste em mais de dois piquetes, acima de três áreas, quando apenas uma delas é utilizada pelo gado.
Ter uma área exclusiva para pastejo enquanto outras descansam, traz várias vantagens para o produtor rural. Algumas delas são:
- Melhora a qualidade do pasto que será consumido pelo gado;
- Evita o superpastejo e o subpastejo;
- Intensifica a quantidade e qualidade da pastagem, potencializando a engorda;
- Eleva o nível de consumo;
- Reduz as chances de parasitas e verminoses no gado;
- Permite maior taxa de lotação.
Qual a melhor técnica: pastejo alternado ou rotacionado?
Independentemente da técnica escolhida, ao tomar a decisão de uma dessas técnicas, o pecuarista precisa analisar fatores importantes para ter o resultado esperado. A fertilidade do solo é uma questão muito importante. Ter um consórcio de pastagem também auxilia.
Se for escolher uma para aplicar essa técnica, escolha que tenha uma boa produção nas águas e também seja resistente à seca. Caso você tenha as espécies Tanzânia, Mombaça e Massai já é meio caminho andado, pois elas são adequadas para o pastejo alternado.
Sobre a taxa de lotação, não exceda o limite de 120 animais por piquete. Mais que isso provoca competição por pasto e a possibilidade de consumo até dos talos, impedindo a rebrota. Na seca, caso não tenha pastagem suficiente em um único piquete, abra todos para evitar a perda de peso ao proporcionar ao gado pasto suficiente para essa finalidade.
Agora, sobre qual a melhor técnica para aplicar na sua propriedade, como as duas são muito parecidas, o mais indicado é que pequenas propriedades, aquelas que não tem hectares suficientes para dividir o pasto em mais de três piquetes, adotem o pastejo alternado.
Agora, se você tem um pasto com dimensões suficientes para o rotacionado, adote essa estratégia. Quanto mais descanso, mais nutritivo e saudável o pasto estará para o gado.
Descanso dos piquetes nos pastejos alternado e rotacionado
Cada piquete precisa ter entre 21 e 30 dias de descanso. Porém, esse período varia de acordo com cada tipo de capim. A Embrapa recomenda os seguintes períodos de descanso para as espécies:
- Brizantão, Xaraés, Tanzânia, Mombaça, Massai – descanso de 28 a 35 dias.
- Brachiaria decumbens – descanso de 24 a 30 dias
- B. humidicola e estrela-africana – descanso de 21 a 28 dias.
Saiba mais sobre pastagem:
- Consórcio de pastagem: os melhores para o gado;
- Qual a melhor pastagem de verão para bovinos?
- Quando aplicar herbicida para pastagem?
Referência
Rotacionado, alternado ou contínuo: qual o melhor tipo de pastejo para sua fazenda? Giro do Boi, 2022.
Pastejo Rotacionado Tecnologia para Aumentar a Produtividade de Leite e a Longevidade das Pastagens. Embrapa Acre.
Foto de capa: Sanidade Agro
