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Qual o pasto mais resistente para a seca?

A seca é um período dramático para muitos produtores. Chegar em setembro e não ter gado pronto para o abate acaba com as expectativas de lucro de qualquer um. Para reduzir ao máximo esse problema, existem algumas estratégias. Entre elas, está escolher um pasto mais resistente para a seca. Será que ele realmente existe?

Ter pasto o ano todo está em um dos principais desejos dos pecuaristas. Sem chuvas, não há pastagem, que é a principal fonte de alimentação do gado. E mesmo que existam alternativas como silagem, pastejo rotacionado e vedação, escolher uma pastagem mais resistente ao período da seca, pode melhorar sua produtividade e evitar a queda de peso.

 

Existem muitas espécies de forrageiras no Brasil que são indicadas para criação de gado pelo desempenho que apresentam. Entre eles, a quantidade de proteína e outros elementos que promovem a engorda do rebanho.

Mas quando escolhemos uma pastagem para nossa propriedade, precisamos nos atentar em outros detalhes como:

  • Resistência à seca, tema central aqui do nosso texto;
  • Resistência à parasitas e verminoses;
  • Quantidade e qualidade de nutrientes oferecidos;
  • Digestibilidade;
  • Aceitação do gado.

Qual o pasto mais resistente para a seca?

O que caracteriza pasto mais resistente para a seca é a capacidade de produção de matéria verde mesmo com a falta de chuvas, além de se manter na cor verde, ou seja, sem aquele aspecto amarelado e sem vida.

Mas quando se trata de seca, existem duas que são muito recomendadas, inclusive pela Embrapa. As forrageiras mais resistentes para o período sem chuvas no Brasil são a braquiária decumbens (braquiarinha) e o andropogon.

Confira quais são as características de cada uma delas:

Braquiária decumbens 

Conhecida popularmente como braquiarinha, a Braquiária decumbens tem bom crescimento mesmo na seca. Tem origem na África e chegou ao Brasil na década de 50. Se o seu solo passa por problemas de erosão, essa é uma ótima espécie para amenizar. É recomendada para todas as fases do gado: cria, recria e engorda. 

No plantio, pode ser consumida logo após 90 dias. Não é muito exigente quanto à fertilidade do solo, com boa adesão em terras inférteis.

Tem pouca resistência a áreas úmidas, assim como a cigarrinhas. Com isso, redobre a prevenção e ao menor sinal dessa praga, inicie o combate. Se precisar de apoio para resolver esse problema, a Boi Saúde te ajuda com as dicas: Cigarrinha na pastagem: como combatê-la em 5 passos. 

Andropogon

Se na sua região a seca é prolongada, coloque o capim andropogon entre as opções para sua pecuária.

As principais características do capim andropogon são:

  • Consegue tolerar até nove meses de seca, por isso é uma das opções de pasto mais resistente para a seca;
  • Rebrota com muita facilidade nas primeiras chuvas;
  • Se o seu solo for ácido, esse é mais um motivo para escolher essa forrageira;
  • Não provoca fotossensibilização que causa requeima em bovinos;
  • Diferentemente da braquiarinha, tem boa resistência às cigarrinhas;
  • Se você cria cavalos, também é bem aceita por essa espécie de animal, além do gado;
  • A Embrapa considera o valor nutritivo entre bom e moderado.

 

Estratégias para evitar perda de peso do gado na seca 

Mesmo que já tenha escolhido essas espécies ou se você não teve tempo para escolher uma forrageira que seja resistente à seca, implemente essas estratégias que evitam a perda de peso do gado.

Utilize sal proteinado na seca

O sal para gado é um item obrigatório na pecuária. O sal proteinado é o mais indicado para a época sem chuvas porque, sem o pasto, o gado fica sem quantidade de proteína suficiente para engorda.

Além de repor as proteínas, o sal proteinado também é enriquecido com vitaminas e minerais fundamentais para a saúde do gado. E gado saudável engorda, mesmo sem pasto. Por isso, separe aquele cocho de sal mineral que você utiliza nas águas e passe a abastecer com sal proteinado na seca.

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Deixe o medo de lado e utilize a ureia

A ureia é fonte de hidrogênio que reforça o ganho de peso do gado durante a seca. Esse suplemento precisa ter cuidado no fornecimento devido ao risco de intoxicação, por isso, muitas propriedades deixam de usá-la. Entretanto, com os cuidados indicados, você terá bons resultados. Alguns deles são:

  • Cocho coberto evita o contato de chuva ou qualquer água com a ureia;
  • Fazer pequenos furos no fundo do cocho evita o acúmulo de água que forma aquele famoso sopão que causa a intoxicação no gado;
  • Oferecer doses de adaptação;
  • Não fornecer ureia a animais famintos depois da lida.

Você pode evitar todo esse trabalho utilizando o Total Ureia Premium. Essa é a única ureia do mercado que mesmo molhada não causa intoxicação, dispensa a adaptação e por ter essência de baunilha, é mais palatável que as demais.

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Prepare silagem ainda nas águas 

A silagem é um tipo de alimentação conservada por meio da fermentação. Além do pasto, outros ingredientes podem ser a base da silagem como milho, cana, mandioca, girassol. Se você tem uma produção própria de cana ou milho, ou até mesmo tem pasto sobrando, comece a silagem ainda nas águas para estoque na seca.

Não espere não ter pasto para começar a pensar no que vai oferecer para alimentar o gado. A falta de planejamento é um erro muito grave na pecuária, principalmente quando se trata da seca.

A produção de silagem não é difícil, as primeiras vezes podem parecer trabalhosas, mas a cada nova produção ficará mais experiente. Aproveite e aprenda mais sobre a silagem:

 

Referência 

Quais são os capins que apresentam maior resistência à seca em região de cerrado? Perguntas frequentes Gado de Corte. Embrapa.

Crispim, S.M.A.; BRANCO, O.D. Aspectos gerais das Braquiárias e suas características na sub-região da Nhecolândia, Pantanal, MS / Sandra Mara Araújo Crispim, Oslain Domingos Branco – Corumbá: Embrapa Pantanal, 2002. 25p. – (Embrapa Pantanal. Boletim de Pesquisa e Desenvolvimento, 33).

Formação e manejo de pastagens de Capim-Andropogon em Rondônia. Recomendações técnicas – Nº 25, jul./01, p.1-2. Empresa Brasileira de Pesquisa Agropecuária Centro de Pesquisa Agroflorestal de Rondônia Ministério da Agricultura e do Abastecimento.

Crédito da foto da capa: Carolina Garcia

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