Você investe no gado, adota a boas práticas da pecuária, mas a arroba não avança e o rebanho não bate a meta de peso. Esse cenário, infelizmente, é comum e é possível que você já tenha passado por ele, ou até mesmo esteja passando. A dieta do gado é um dos principais pontos quando se trata de pecuária de corte. E se existe algum erro, que pode ser até um detalhe, o resultado não aparece e todo o trabalho de uma temporada pode ser considerado perdido. Por isso, identificar os erros na dieta do gado que impedem a engorda é questão de sobrevivência do seu negócio.
Confira algumas indicações de diferentes situações que podem estar afetando diretamente a sua produtividade.
5 maiores erros da dieta do gado que impedem a engorda
1 – Não planejar a dieta do gado (não importa a época do ano)
Acordar sem saber o que você ou a sua equipe vai fazer no dia é um erro grave. Ainda mais se a demanda é o que oferecer no cocho para o gado. Mesmo na época das águas e com pasto saudável e em boa quantidade, fornecer suplementos e aditivos no cocho fazem parte de uma pecuária de alto desempenho, conforme você vai ler nas próximas páginas.
Ao ter toda a rotina planejada, a propriedade consegue lidar melhor com imprevistos e não deixar que nada falte de última hora. E isso inclui desde a ração, silagens, sal e até mesmo vacinas em épocas de aplicação. Já pensou você abrir o estoque de silagens e encontrar ele vazio? O que você faria em uma situação de pasto seco? Os animais não podem ficar sem alimento, não apenas com foco na engorda, mas também para nutrição, manter o organismo atuando normalmente.
Se você não sabe por onde começar o seu planejamento, baixe um modelo próprio para a pecuária e sinta que a organização trará benefícios para a sua lida, não apenas no quesito engorda, mas em todas as áreas da pecuária.
2 – Deixar de oferecer sal
O sal não é apenas um simples complemento. Ele realmente faz a diferença no ganho de peso e não incluí-lo na rotina está entre os erros da dieta do gado. Até a Embrapa, uma das empresas de agropecuária de referência no mundo, indica o uso do sal por diversos motivos.
O sal para gado proporciona o consumo de nutrientes essenciais para o bom funcionamento do organismo. E gado doente, não ganha peso, produtor. Por mais que o consumo de pasto esteja dentro do esperado, passe a oferecer o sal no cocho, pois o aumento de ferro, fósforo, cálcio e outros elementos farão toda a diferença na sua produtividade.
Não sabe como oferecer ou por onde começar? Te orientamos aqui mesmo:
3 – Pasto mal cuidado, sem manutenção
Pasto sem cuidados significa pasto sem nutrição. Sendo a principal fonte de engorda do gado no país, o pasto precisa receber cuidados ao longo do ano para ter potencial de aumentar a arroba.
Manter a área limpa de lixo e acúmulo de fezes evita a contaminação de diversas doenças no gado. Ainda, ervas daninhas, plantas invasoras e cupins, danificam a qualidade do pasto, roubando todos os nutrientes que seriam para o gado.
A aplicação de adubo e calagem quando necessário, é outro ponto de atenção que precisa ser executado.
- Cuidados com o pasto: o que fazer antes das primeiras chuvas;
- Como manter o pasto nutritivo nas águas;
- Manejo do pasto: 7 dicas para uma boa produtividade
4 – Achar que aditivos não fazem efeito
Infelizmente, alguns produtores não acreditam no potencial que a tecnologia implementa no campo. Mais que a pecuária tradicional, aquela 100% baseada a pasto, temos hoje apoio de muitos outros fatores que nos ajudam com o aumento da produtividade e a evitar ao máximo o prejuízo. E a virginiamicina é uma deles.
Por ser um aditivo melhorador de desempenho, o uso da virginiamicina é simples e direto no cocho. Pode ser oferecida, inclusive, com a ração e oferece diversas vantagens. Em primeiro lugar, a virginiamicina auxilia na absorção dos nutrientes de tudo o que o gado consome. Ou seja, o produtor que oferece virginiamicina, pasto de qualidade e sal, tem condições de ter um gado de qualidade com gado com peso acima da média. Claro que manter a sanidade animal e o controle de doenças fazem parte do processo.
Mas, ao garantir que todos os nutrientes sejam absorvidos e cumpra o seu papel no organismo do animal, além de evitar doenças importantes como timpanismo, a virginiamicina realmente precisa fazer parte da dieta do seu gado. E não apenas na seca. O uso pode ser contínuo, inclusive, para animais na fase da cria e até vacas prenhez para garantir que os bezerros nasçam maiores e evitar a retenção de placenta no parto.
5 – Apenas abastece o cocho, sem monitoramento do consumo
Você já deve ter ouvido que o cocho é o prato do gado. Se o rebanho não está consumindo a ração ou a nutrição é porque algo está acontecendo. E se você não faz esse tipo de acompanhamento, corre o risco de perder dinheiro. Afinal, investir em ração e nutrição e não ter o efeito esperado é prejuízo na certa. Por isso, acompanhe sempre a aceitação e também rejeição do gado, principalmente, em períodos de início de oferecimento de algum novo suplemento ou alimento.
A rejeição pode acontecer, mas é possível reverter esse quadro de forma simples:
E para mensurar se o seu rebanho está consumindo ração de forma adequada, aprenda a medir o escore do cocho: Como medir o escore de cocho?.
Foto da capa: Fazenda Santa Nice
